Em um estudo feito pela Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, apresenta a evolução das cores dos carros no Brasil na última década. Com dados oferecidos pelas fabricantes, a associação mapeou o percentual de cores de carros mais vendidas no Brasil entre os anos de 2010 a 2019.

Para os mais velhos, vale lembrar que em 2010 a grande preferência nacional entre as cores de carros mais vendidas era pelo prata. Entre os principais motivos se colocavam a facilidade na conservação, visto que a cor ajuda a esconder riscos e arranhões no veículo, além de uma boa aceitação no momento de revenda. A tendência fazia com que os estoques de concessionárias pelo país ficassem lotados de modelos prata para atender a demanda dos clientes.

Outra cor favorita para o mercado eram os carros com a cor preta, por serem bem chamativos e elegantes. Um fator negativo na cor era a necessidade de um cuidado maior na conservação, além de carros com esta coloração terem uma facilidade maior de mostrar as sujeiras e riscos.

Fechava o pódio de cores de carros mais vendidas, o cinza. As cores neutras, representavam juntas 73% do total de carros vendidos em 2010 no Brasil. Porém, nos últimos 10 anos, algumas coisas mudaram. A pintura vermelha, cor básica, que tinha 9% de participação no volume total de vendas em 2010, caiu no conceito e passou a representar apenas 7% em 2020. Esta queda pode ser representada pela diminuição dos carros esportivos no país.

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Quem subiu no ranking foi a cor branca, saindo do anonimato e passando a ser protagonista no mercado brasileiro. Dez anos atrás, a cor tinha muita desconfiança por parte dos consumidores de algumas cidades, como São Paulo, pela associação da pintura a frota de táxis. Para alguns existe uma perda no valor da revenda e outros simplesmente falavam que era cor de carro de taxista.

Mas o cenário mudou e a cor na pintura branca saiu de apenas 12% nas vendas para impressionantes 44%. As demais cores não citadas representavam 6% do total em 2010 e caíram para 4% em 2019.

Em 2020, os brasileiros mantiveram a tradição em relação às cores favoritas para carros. A prata continuou com a liderança entre as cores de carro mais vendidas com 29%, seguido pelos tons de branco, 24%, que se manteve no topo e pelo preto com 19%, segundo um levantamento feito pelo aplicativo da OLX.

“Em julho, tivemos um aumento de 19% no número de carros negociados na OLX, se comparado ao mesmo período do ano passado”, explica Marcos Leite, COO da OLX Brasil. “Entre os preferidos, estão os de cores neutras. Estes são os mais procurados e vendidos, já que são mais fáceis de revender.”

Em relação a procura na plataforma, as cores mais tradicionais também lideram a pesquisa: prata (26%), branco (24%) e preto (20%) garantiram o pódio.

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Se transformou em algo comum ver carros pintados em cores mais sóbrias nas ruas. Basta dar uma olhada no trânsito para ver a quantidade de modelos pintados em preto, prata ou branco. Muito de vez em quando observamos alguns vermelhos destoando no meio de tantos tons neutros.

Mesmo com este retrospecto de tempos em tempos as montadoras tentam emplacar tonalidades mais exóticas, principalmente durante o período de lançamento dos automóveis. Tudo com a intenção de se destacar em meio ao mar preto, branco e prata, e assim chamar a atenção de possíveis compradores.

De acordo com a BASF, carros nas cores “verde acinzentado, bege quente e cinza grosso” serão tendência para 2021. Anualmente, a empresa alemã se utiliza da análise de macrotendências para prever os tons de tinta que os projetistas automotivos usarão para os próximos três a cinco anos. Assim, a próxima geração de veículos deve ter cores que projetam um humor positivo. A tendência é vermos estas alterações para os próximos anos em relação às cores de carros mais vendidas.

O nome oficial das cores é ‘Social Camouflage’ (verde-acinzentado cáqui claro), ‘Pundits Solution’ (bege dourado quente) e ‘Dark Seltzer’ (cinza escuro grosso).

Segundo Chiharu Matsuhara, chefe de design da BASF na região Ásia-Pacífico, parte da razão para esse movimento em direção a tons mais discretos e sutis vem devido à pandemia do novo coronavírus. “Os efeitos da COVID-19 foram levados em consideração ao desenvolver as tendências de cores”, disse Matsuhara à publicação Drive. “Sob as circunstâncias que mudam rapidamente, como digitalização, desastres naturais, aquecimento global e, adicionalmente, COVID-19, as pessoas se sentem desconfortáveis e, portanto, as cores que escolherem serão mais confortáveis e relaxantes para elas.”

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Mesmo assim, a empresa explica que as cores “da moda” podem acabar não sendo as escolhidas para a maior parte dos automóveis, ficando para trás na lista de cores de carros mais vendidas. De acordo com a marca, o branco é a cor de carro mais popular em escala global, representando quase 39% de todos os carros fabricados ao redor do mundo. As cores preta, cinza e prata correspondem a outros 39% dos modelos. Mostrando que não é somente no Brasil a preferência por cores neutras.

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EXTRA: Cores que mais desvalorizam um carro

Uma pesquisa realizada recentemente pela KBB indicou quais são as cores que mais desvalorizam um carro no Brasil. O levantamento aponta que carros iguais e do mesmo ano perderam valor de forma diferenciada só pela cor dele. Sim, o preconceito no Brasil ainda é forte com cores alternativas. A pesquisa foi realizada em 2019, tendo como base os seguintes grupos de cores: amarelo, azul, branco, cinza, marrom, prata, preto, verde e vermelho.

O estudo usou a cor branca, uma das líderes em relação às cores de carro mais vendidas, e com pouca desvalorização, como base para medir a redução no valor.

O estilo de pintura já influencia neste processo, a pesquisa mostra que opções entre uma cor sólida, metálica ou perolizada não apresentam uma variação na desvalorização de um automóvel. Ou seja, não é necessário gastar mais com uma pintura especial.

Entre as cores, a cor preta tem um percentual de desvalorização grande, com média no país em veículos nessa coloração de 1%. As maiores valorizações ou desvalorizações aparecem nos carros grandes. Se ele for marrom ou vermelho, a valorização é de 1,7% e 1,5%, respectivamente. Por outro lado, um automóvel grande, como uma SUV nas cores verde (-3,5%) ou amarelo (-4,4%) não é uma boa.

A pesquisa também mostrou dados separados por estado. No Rio de Janeiro, por exemplo, a cor amarela é muito associada aos táxis, e tem uma desvalorização de 2,4%. Já em Minas Gerais e no Paraná, fuja da cor verde. Elas não são as mais populares quando falamos em cores de carros mais vendidas.

E você é de qual time: o que escolhe a cor pensando na revenda ou é mais ousado e escolhe a sua cor preferida? Se você gostou do nosso artigo sobre as cores de carros mais vendidas, não deixe de compartilhar nas redes sociais. Nos vemos em breve, até mais!