Motor potente garante desempenho?

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Quando vamos adquirir um carro novo, uma das primeiras, e mais importante, perguntas que fazemos é se ele tem um motor potente. Isso porque, automaticamente, já pensamos que um motor forte garante o desempenho do veículo, mas não é bem assim.

Não é só o motor que garante a força do veículo. Essa dúvida é uma generalização repetida há muito tempo sobre a performance veículo e tem suas origens nos carros de competição, como os de Fórmula 1. Por isso, neste texto vamos trazer quais são os outros parâmetros que determinam a real importância de ter um motor potente no seu carro. Vamos lá!

Torque

O torque (ou momento torsor) de um motor define a sua capacidade de tirar o veículo da inércia e carregar peso, incluindo o do próprio veículo. Ele é medido em N.m (newton x metro) ou kgf.m (quilograma-força x metro).
Se compararmos dois motores de mesma potência, ambos com 140cv, por exemplo, mas com valores diferentes de força motriz um com 200 N.m e outro com 250 N.m, vamos perceber que o segundo apresenta um desempenho superior, especialmente no momento das acelerações e subidas.

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Rotação de potência e torque máximos

De modo geral, o propulsor não tem rendimento uniforme em todos os regimes de funcionamento. Por isso, aumentamos a rotação para aumentar o desempenho. As melhores unidades motrizes são as que juntam potência e torque nos giros mais baixos, eliminando a necessidade de elevar demais a rotação do motor, transformando a condução do veículo mais confortável e econômica.

Para exemplificar, pense em dois dois carros, ambos de 100 cavalos e 170 N.m de torque, um deles atinge os valores máximos de potência e torque a 5200 rpm e 2800 rpm, respectivamente. Já o segundo atinge 6000 rpm e 4000 rpm.

O primeiro carro apresenta uma performance superior em aceleração e economia, porque trabalha mais “folgado”, sem precisar de uma aceleração tão grande, além de proporcionar melhor durabilidade e menos manutenção. Ou seja, ele tem um motor potente e mais forte em relação ao segundo carro.

Relação de transmissão

Outros fatores que interferem no desempenho do veículo são o número de marchas e o seu escalonamento. Quanto maior o número de marchas, melhor. O motor tende a trabalhar sempre perto do regime ideal de funcionamento, melhorando o seu desempenho e a economia. Simplificando, um veículo com câmbio de 6 marchas tem um desempenho superior a outro de 4 velocidades.

Além disso, as trocas de marcha também são um fator importante. Elas são separadas em curtas ou longas. O câmbio curto é aquele no qual se troca de marchas mais cedo, proporcionando melhor aceleração, porém com aumento do consumo e desconforto ao rodar em estradas devido às altas rotações.

Já o câmbio de relações alongadas entrega menos aceleração, mas privilegia a condução em estradas, além de trazer mais economia. Esse tipo de câmbio, por exemplo, não é recomendado para motores de baixa performance. Em síntese, um motor de mesma potência pode ter desempenhos muito diferentes conforme as relações de transmissão da caixa de velocidades.

Peso do veículo

A potência é um indicador fundamental, mas depende do veículo que está ao redor dele. É uma conta que diz quantos quilos cada cavalo tem que puxar, deste modo, a performance é definida pela relação entre o peso do veículo (em quilos) dividido pela potência do motor (em cavalos).

Exemplo: o veículo tem 1000 kg e 100 cv, o que resulta em uma relação peso potência de 10 kg/cv. O erro mais comum consiste somente em buscar somente potência sem considerar o peso. Vamos supor dois veículos: um esportivo de 900 kg e 180 cv e um SUV de 2500 kg e 300 cv. As relações peso/potência são de 5 kg/cv e 8,33 kg/cv, respectivamente.

Apesar do modelo esportivo pesar pouco mais da metade de um SUV, com o mesmo motor em ambos, o primeiro entregará desempenho superior devido ao peso. Isto prova que apenas “cavalaria” não garante boa performance.

Um exemplo prático disso é o Up TSI, da Volkswagen, um motor potente que garante bom desempenho. A versão 1.0 a álcool, tem 105 cv de potência, e ele pesa somente 987 kg. O que determina uma relação muito boa.

Dimensões do veículo

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Outro fator que não levamos em conta quando falamos em motor potente são as dimensões do carro. A distribuição de peso pode sim influenciar negativamente, como no caso do Opala, que tem o peso muito concentrado na dianteira. Por isso, muitos aficionados por este modelo colocam sacos de areia na traseira do veículo para melhorar a dirigibilidade.

As dimensões da carroceria também influenciam bastante. Por isso os veículos esportivos são baixos e largos, pois esta configuração otimiza o aproveitamento da força do motor devido à concentração de massas próximas ao chão, privilegiando a estabilidade, tração e todos os aspectos do comportamento dinâmico do veículo.

Aerodinâmica

Antes de lançar um carro, as montadoras realizam inúmeros testes em túneis de vento. O objetivo é aprimorar o fluxo de ar em contato com a carroceria do veículo, para extrair dele a melhor performance.

Veículos com menor resistência ao ar permitem que mais potência e torque cheguem às rodas, a fim de obter o resultado final desejado: desempenho e economia. Se acontecer de alcançar ambos resultados, perfeito.

Um exemplo da influência da aerodinâmica e dimensões pode ser visto na comparação de performance entre dois modelos da mesma marca, equipados com o mesmo propulsor: os VW Gol e a Kombi.

Rendendo números de potência, torque e peso total bastante próximos, a performance do hatch compacto é muito superior na comparação com o clássico utilitário pela aerodinâmica e formato da carroceria mais favoráveis. Além disso, a enorme diferença de idade entre os projetos e propostas diferentes mudam completamente o resultado. Por isso, não é só o motor potente que manda no desempenho.

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Se não considerarmos somente o powertrain para avaliar a performance de um automóvel, encontramos outras características tão importantes quanto a cavalaria. Podemos citar ainda outros fatores, como calibração de suspensão e direção, rigidez torsional do chassis, idade do projeto, mapeamento eletrônico do motor e câmbio e até a filosofia de acerto da marca.

É natural que um motor potente influencie na hora de decidir comprar um carro, principalmente quando pensamos na sua performance. Mas é importante não deixar de olhar para todos esses outros fatores apresentados, para que você possa tomar uma decisão com mais mais propriedade e segurança.

E aí, você pensava sobre essas outras características de desempenho na hora de escolher um carro ou só levava em conta o motor potente? Deixe aqui nos comentários. Não deixe de marcar um amigo que possa se interessar pelo assunto e até a próxima!