Denatran quer padronizar sistemas autônomos em carros nacionais

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O uso de sistemas autônomos em carros nacionais entrou na pauta do Denatran e o órgão deve começar a estudar a regulamentação das tecnologias disponíveis no mercado. Você conhece os sistemas autônomos para veículos? Não? Vamos juntos saber mais sobre o assunto!

No começo de 2021 o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), publicou a Portaria nº 2.663, que institui a Agenda Regulatória do órgão para o biênio 2021/2022. O objetivo da agenda é mostrar para a sociedade e entidades de trânsito quais serão os temas a serem estudados nos próximos anos. Dentre as pautas, o órgão já começou a estudar, ainda em 2021, a regulamentação de veículos autônomos e a revisão do processo do condutor.

O governo acredita que a implantação de sistemas autônomos têm o potencial de reduzir o número de acidentes de trânsito e promover mais conforto para os motoristas. Como cerca de 90% dos acidentes são causados por erros humanos, a expectativa é que essa inteligência vá cooperar na diminuição do número de fatalidades no trânsito.

Desenvolvidos por universidades, montadoras e gigantes de tecnologia, como Google e Apple, os sistemas autônomos estão em fase de testes, e sua previsão de chegar logo aos mercados internacionais traz consigo desafios legais e regulatórios. Por isso a iniciativa do governo, em começar a discutir o assunto, esclarecer a população e debater as mudanças que serão necessárias.

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O que são sistemas autônomos?

De forma geral, os Sistemas Autônomos (AS) são redes ou conjuntos de redes sob uma gestão comum. O conceito faz parte da Indústria 4.0 e pode ser usado em diversas áreas. Quando aplicado ao mercado automotivo, sistemas autônomos, chamados também de sistemas avançados de assistência ao motorista (Adas), agem para automatizar medidas antes exclusivas ao motorista, como frenagem, esterçamento até a condução completa do veículo.

Focando no objetivo final de veículos autoconduzidos, há um movimento das montadoras em adicionar gradualmente tecnologias que colaborem com os motoristas tanto na direção quanto na manutenção do próprio automóvel, as Adas. Quanto mais soluções tecnológicas o automóvel incorpora, maior seu grau de automatização. Consequentemente, os veículos podem ser definidos em graus de automação conforme a classificação criada pela Sociedade dos Engenheiros Automobilísticos (SAE). Foram determinados os cinco níveis seguintes:

NÍVEL 0

A direção depende 100% do motorista. Nesta categoria estão modelos equipados com sistemas como frenagem autônoma e monitor de pontos cegos ou de mudança involuntária de faixa. Nesta categoria estão sistemas autônomos em carros nacionais como Hyundai HB20 e Chevrolet Onix.

NÍVEL 1

O veículo é capaz de fazer algumas intervenções, manter-se na faixa em velocidade de cruzeiro e ajudar a evitar colisões, podendo fazer ajustes na direção, no acelerador e nos freios, além de realizar balizas, mas a direção depende do motorista humano. Se enquadram nessa categoria os veículos equipamentos com controlador adaptativo de velocidade de cruzeiro ou assistente de manutenção em faixa. Nesta categoria estão sistemas autônomos em carros nacionais como o Volkswagen Nivus e o Jeep Compass.

NÍVEL 2

É o padrão no mercado atualmente. Em cenários seguros, o veículo consegue acelerar, frear e se manter dentro de faixas de rodagem. É eficiente em rodovias e no trânsito carregado, mas seus sistemas são limitados, mas o motorista deve permanecer atento à via todo o tempo para assumir a direção em situações de emergência. A lista de sistemas autônomos em carros nacionais de nível 2 inclui o SUV Volvo XC40 e Mercedes-Benz Classe E.

NÍVEL 3

Presente apenas no japonês Honda Legend, é atualmente o mais avançado oferecido em um carro de produção. O sistema autônomo é capaz de controlar completamente o veículo e monitorar o ambiente em 360° e guiar sozinho o veículo em congestionamentos. Mas tem limitações de tempo, velocidade e condições externas, exigindo que o condutor assuma o volante.

NÍVEL 4

Nesse nível o sistema possui controle total de condução, com limitações apenas em situações de alto risco como trechos off road ou não mapeados e condições adversas de tempo como temporais ou nevascas. Há protótipos sendo testados como o Volkswagen I.D. e os veículos da Waymo (Google).

NÍVEL 5

Veículo totalmente autônomo, dispensando componentes de comando manuais como volantes e pedais, permitindo dar ordens ao veículo por meio de comando de voz, por exemplo. Nesse nível, há conceitos sendo testados pelas montadoras, como o Mercedes-Benz Vision Urbanetic.

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Já existem sistemas autônomos em carros nacionais?

Como já vimos, existem diferentes graus de sistemas autônomos e algumas soluções já circulam nos veículos brasileiros sem que você perceba que se tratam de sistemas autônomos. Nesse cenário, diversas inovações estão sendo desenvolvidas, aperfeiçoadas e integradas nos carros autônomos, são elas:

SENSORES EXTERNOS

São os responsáveis por detectar as características ambientais e passar esses dados ao computador de bordo. Atualmente, os mais utilizados são as câmeras, os radares, os sonares e os LIDARs.

ESC (Controle Eletrônico de Estabilidade)

O Controle Eletrônico de Estabilidade é a mesma tecnologia usada em diversos modelos, inclusive no Brasil. Nos carros autônomos, é o responsável por calcular e fazer correções na condução de acordo com a velocidade de cada roda, a inclinação e a guinada do veículo.

IBOOSTER

O servofreio eletromecânico a vácuo, chamado iBooster, é capaz de gerar pressão controlada nos freios em menos de 120 milissegundos. Isso é três vezes mais rápido do que os sistemas de freios convencionais, tornando o veículo mais seguro em frenagens de emergência.

GPS, VELOCÍMETRO E HODÔMETRO

Para que o veículo possa se guiar pelas cidades, é preciso equipá-lo com mapas atualizados e controlar sua localização. Por isso, utilizará equipamentos de GPS integrados ao velocímetro e ao hodômetro. Assim, o computador consegue calcular sua posição mesmo na falta do satélite.

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E CONECTIVIDADE

A Inteligência Artificial será responsável por captar todos os sinais dos sensores, internos e externos, e controlar a condução, avisar o proprietário sobre a necessidade de manutenção, realizar pequenos reparos e ajustes no sistema, e aprender com falhas, por exemplo. A conectividade com os outros carros autônomos permitirá o compartilhamento de experiências e soluções.

Todas essas soluções trabalham em conjunto para dar autonomia ao carro, como sensores de estacionamento que permitem que o veículo entre e saia sozinho de uma vaga, ou o assistente de esterçamento e freio, onde o veículo pode comandar direção e pedais, freios e marchas. Ainda, um dos sistemas mais comuns, o controle de cruzeiro simplesmente controla aceleração e frenagem para manter o carro na velocidade desejada.

Como você pôde perceber, já encontramos sistemas autônomos em carros nacionais que realizam alguns comandos para o conforto e segurança dos motoristas. E caminhamos para um futuro de veículos autônomos com mais segurança no trânsito e nas cidades.