Prezar pela segurança no trânsito tem sido um dos principais objetivos das montadoras nos últimos anos. São inúmeros esforços para desenvolver veículos cada vez mais eficientes. O resultado desses avanços pode ser percebido na criação de novos dispositivos, como o controle de estabilidade, popularmente conhecido por ESP (Electronic Stability Program ou Programa Eletrônico de Estabilidade). Ele é visto pelos especialistas como um dos maiores avanços em segurança automotiva.
Sua importância é tanta que a partir de 2020 ele será obrigatório no Brasil para modelos completamente novos. O Brasil segue uma tendência internacional, já que em inúmeros países desenvolvidos o sistema já é obrigatório. O controle de estabilidade é composto por um sistema eletrônico com diversos sensores que permite ao carro frear ou até parar de forma calculada, evitando a perda de controle ou seu capotamento. Além de casos extremos, o controle de estabilidade atua sempre que for percebido desvios repentinos, cortando a potência do motor e acionando os freios em cada roda, direcionando o carro. Na prática, ter um carro com esse equipamento traz mais segurança ao motorista para dirigir numa estrada com inúmeras curvas em dias de chuva, por exemplo.
Abaixo apresentamos mais detalhes sobre o funcionamento do controle de estabilidade e sua importância. Confira:
Como o sistema de controle de estabilidade funciona
Como você leu acima, o controle de estabilidade é composto por sensores. Eles são instalados em diversas partes do veículo, como rodas, eixo longitudinal e caixa de direção. O sistema age de maneira praticamente imperceptível para quem está dirigindo, detectando se a direção em que o veículo está seguindo corresponde com o movimento que o motorista faz. Na prática, o controle de estabilidade entra em ação quando, por exemplo, o motorista vira o volante para um lado e o carro se movimenta para o outro, como num caso de uma curva, ultrapassagem, desvios.
Leia também: Carro sem chave reserva: o que fazer nessa situação?
Esse processo é realizado por meio da leitura da velocidade das rodas, da inclinação da direção e do sensor de guinada, que serve para calcular o movimento lateral do veículo. Essa leitura é realizada num ritmo extremamente rápido – 25 vezes por segundo.
Além da função de frenagem, outra propriedade relevante para o controle de estabilidade é a de parar o motor do veículo em situações de risco. Mas se você está pensando que é algo brusco e repentino, pode manter a calma. Essa interrupção ocorre gerando uma desaceleração gradativa, a fim de proteger a vida dos ocupantes de um carro.
Leia também: 8 manutenções de carro que podem ser feitas em casa
É importante destacar que se o carro possui o sistema de controle de estabilidade, ele tem necessariamente freios ABS, que são obrigatórios desde 2014, além também de possuir o controle de tração. Por isso, o controle de estabilidade estimula o desenvolvimento de carros com melhores equipamentos e mais seguros.
Composição do sistema de controle de estabilidade
O controle de estabilidade pode ser dividido em duas partes: hardware e software. A primeira delas é composta pelos atuadores, sensores e unidades de controles. Já o software é responsável por enviar e receber informações, monitorando os sensores e encaminhando comando aos atuadores. Dentre as principais partes do sistema de controle de estabilidade, estão:
- Sensor de Velocidade da Roda – responsável por medir a rotação de cada roda individualmente.
- Modulador Hidráulico – controla a pressão hidráulica de forma independente
- Sensor Yaw – monitora se o veículo está prestes a derrapar ou mudar seu trajeto
- Atuadores – ativam ou desativam os sistemas de freio e aceleração
- Unidade Eletrônica de Controle – podemos chamar essa parte como o “cérebro” sistema, onde ocorre a análise das informações dos sensores e o envio dos comandos aos atuadores.
- Sensor do Ângulo da Direção – responsável por informar a posição do volante.
Benefícios do controle de estabilidade
Já apresentamos ao longo do texto o principal aspecto relevante do controle de estabilidade: a segurança maior contra acidentes. Mas além desse ponto extremamente relevante para torná-lo obrigatório, alguns modelos podem auxiliar também na arrancada em subidas, por manter os freios ativados por mais segundos após você soltá-lo.
Leia também – Vibração no volante: identifique os sinais e evite os possíveis problemas
Outro exemplo de um benefício do controle de estabilidade está no aumento da força da frenagem, diminuindo a distância de parada por conta do assistente hidráulico de frenagem. Além disso tudo, quando levamos em conta veículos de carga, essa tecnologia é capaz de detectar as variações na distribuição da carga, otimizando a eficácia da frenagem, dando mais estabilidade e tração.
Controle de estabilidade na prática
Imagine você dirigindo numa estrada aparentemente tranquila, quando outro carro cruza sua frente ou você não percebe um buraco na pista. Sua primeira atitude provavelmente será mudar de faixa repentinamente para não bater ou cair no buraco. Ao fazer isso, dependendo da velocidade que você estiver, a traseira do seu veículo tende a derrapar, podendo ocasionar um grave acidente, levando até a um possível capotamento. Além disso, se você estiver perto demais do veículo que cruzou sua frente as chances de colisão são enormes.
Leia também: Cuidados com o carro: segredos para uma vida longa do seu veículo
Com o sistema de controle de estabilidade isso é facilmente evitado. O equipamento percebe a situação problema e assume o controle, freando algumas rodas individualmente e de forma controlada. Além disso, em alguns casos o sistema chega a controlar a aceleração, como, por exemplo, um desvio para acostamento ou com algum outro carro na via ao lado. Tudo isso ocorre em frações de segundo e a trajetória do carro é modificada de maneira automática, garantindo a segurança do motorista e dos ocupantes do veículo.
Gostei! Posso instalar o controle de estabilidade no meu carro?
Infelizmente o sistema de controle de estabilidade não é possível ser comprado individualmente e instalado. O sistema é um item de série, isso pelo fato dos sensores serem previamente configurados e calibrados. Por esse motivo, ele tem que obrigatoriamente vir de fábrica. É importante ficar atento para não ser enganado. Mesmo que seu carro tenha saído de fábrica com freios ABS, um dos requisitos para se ter um sistema de controle de estabilidade, ele não está habilitado a ser instalado. Não acredite em quem promete a instalação.
Conseguiu tirar todas suas dúvidas sobre o sistema de controle de estabilidade? A partir de agora se você preza por segurança ao comprar um carro novo, fique atento se ele possui ou não esse sistema. Compartilhe esse post nas suas redes sociais e até a próxima!