Se você se espantou ou ficou curioso ao ouvir falar sobre carros voadores no Brasil, saiba que eles são reais e não são de outro planeta! Venha descobrir o que são carros voadores e se você vai poder ter um modelo na garagem.

O futuro da mobilidade está no ar. Não, isso não é uma metáfora para questionar o futuro da mobilidade, mas sim uma afirmação: o futuro da mobilidade está no tráfego aéreo. Prova disso é o avanço da indústria no país, liderado pelo conglomerado transnacional brasileiro, fabricante de aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares, a Embraer.

Os brasileiros recém estão se familiarizando com a tecnologia dos carros elétricos e a indústria já está anunciando frotas de carros voadores no Brasil! Parece até papo futurista, mas os carros voadores estão muito mais perto da nossa realidade do que imaginamos, como data marcada para começarem a operar.

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Como funcionarão os carros voadores no Brasil?

Para entender como funcionarão os carros voadores no Brasil, primeiro você terá que desconstruir um pouco a ideia de “carro voador”. Até porque eles não irão rodar nas estradas junto com os outros carros, mas sim funcionarão como uma espécie de táxi aéreo de menor custo.

Na verdade, os modelos de “carros voadores” estão bem mais próximos de helicópteros com mais conforto, numa mistura de automóvel e aeronave. O veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês) é uma aeronave que lembra um helicóptero, mas que faz menos barulho e usa mais hélices para voar.

Apesar de se assemelhar ao helicóptero enquanto aeronave de pouso e decolagem vertical, o “carro voador” se diferencia fundamentalmente por utilizar a energia elétrica. Sem usar combustível de aviação, o impacto ambiental e o custo para operá-lo são reduzidos, com zero emissão de carbono. Por não contar com um rotor de cauda (a hélice que fica na parte traseira do helicóptero tradicional), o eVTOL terá um impacto menor ao passar por áreas urbanas. Isso significa que o modelo gera menos ruído que seu concorrente, o helicóptero.

Além disso, projetado para ser menos complexo, o eVTOL demanda menos manutenção, o que também ajuda a reduzir seu custo, tendo em vista que no caso dos helicópteros, a manutenção corresponde a 30% dos custos de operação. Ainda em termos comparativos, os “carros voadores” perdem apenas em autonomia para os helicópteros. Ao menos no futuro previsto, não há perspectivas de uma aeronave elétrica fazer voos de longa distância.

Os projetos dos “carros voadores” ainda preveem vários sistemas redundantes nos eVTOLs. Assim, caso haja algum problema com uma peça ou um software, haverá algo semelhante para substituí-lo. Assim, acredita-se que o “carro voador” também deverá ser mais seguro do que os helicópteros.

Em sua concepção original, o “carro voador” pode até ser capaz de rodar tanto como um automóvel quanto como aeronave, embora existam poucos projetos nesse sentido. Para isso, seria necessário o uso de dois módulos: ora o veículo fica conectado ao terrestre, ora ao aéreo. Nesse cenário seria até possível guardar o eVTOL na garagem, mas o transporte até as áreas de decolagem e pouso seriam um desafio, principalmente no caso de garagens no subsolo…

Segundo informações já divulgadas pela Embraer, o eVTOL da empresa contará com oito rotores elétricos. A aeronave, que terá espaço para quatro passageiros e um piloto, poderá realizar voos de curta duração. Atualmente, a Eve testa os softwares que farão a interface entre o carro voador e o piloto. A princípio, o modelo terá um humano no comando, já no médio prazo, os eVTOLs terão controles autônomos plenamente capazes de realizar viagens seguras.

Além de fabricar o eVTOL, a empresa brasileira também trabalha com parceiros do desenvolvimento de todo ecossistema que permitirá o emprego comercial dessas novas aeronaves. Isso inclui projetos sobre postos de recarga elétrica para os veículos, vertiportos de embarque e desembarque de passageiros e elaboração de novos regulamentos de tráfego aéreo, entre outros.

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Mercado e operação de carros voadores no Brasil

Os carros voadores estão sendo desenvolvidos por dezenas de empresas em todo o mundo e até montadoras e aplicativos de transporte já estão de olho neles. No Brasil, a Embraer lidera o mercado que, por meio de sua subsidiária Eve Air Mobility (divisão de mobilidade urbana da empresa), já recebeu pedidos para entregar 735 modelos em todo o mundo, ficando atrás apenas da companhia inglesa Vertical, que já anunciou ter recebido pedidos para entregar 1.350 aeronaves.

A aquisição dos carros voadores no Brasil está se dando em grande parte pelas empresas de aviação como a Gol e a Azul, e também por empresas de compartilhamento de aeronaves, aviação executiva e táxi aéreo. Isso porque os modelos ainda não estão disponíveis para compra particular. A Gol e a Azul têm acordos para receber a partir de 2025 seus primeiros eVTOLs, que serão produzidos por empresas europeias. A Embraer, por sua vez, promete entregar sua versão da aeronave para clientes a partir de 2026.

Estima-se que o preço das viagens deve diminuir conforme a empresa ganhar escala até chegar ao patamar próximo de uma corrida realizada por um Uber Black. Para alcançar esse nível de preço, no entanto, será preciso que o eVTOL seja autônomo, ou seja, voe sem piloto, o que deve ocorrer em uma fase posterior. Para fins de comparação, o custo de operação do “carro voador” deverá equivaler a 10% do de um helicóptero, justificando tarifas mais acessíveis.

Apesar da Embraer já ter começado os testes de rota e primeiros voos, a operação dos carros voadores no Brasil ainda precisa ser definida. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda não recebeu nenhuma solicitação formal para a operação dessas aeronaves no mercado brasileiro.

Também precisa ser definida a questão do controle do espaço aéreo por parte do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Quando entrarem em operação, os eVTOLs terão uma altitude específica de circulação para evitar colisões com helicópteros e aviões. A ideia é que os carros voadores voem na camada entre o topo dos prédios e o controle de tráfego aéreo, compartilhando o espaço com os helicópteros e drones.

Infelizmente, os eVTOLs não serão veículos de uso pessoal nem poderão ser pilotados por qualquer um. Já existem startups investindo na criação de versões mais futuristas de carros voadores particulares, mas os modelos são bem diferentes dos eVTOLs e mais distantes da nossa realidade. Por enquanto, você ainda não poderá realizar o sonho de ser proprietário de um carro voador, mas está muito perto de poder usufruir dessa tecnologia!