O fim do motor a combustão é certo, e está cada dia mais próximo! Esse é o compromisso assumido pelas maiores potências mundiais: carros sem poluentes até 2040.

Não há nada de novo ao falar em sustentabilidade, escassez dos recursos naturais e fontes limpas de energia. Chegamos à segunda década do século XXI sabedores de que nossos modos de consumo não se sustentam e levarão a extinção da vida na Terra caso não sejam revistos imediatamente. E assim, o motor a combustão, que moveu a humanidade nos últimos 100 anos, está com seus dias contados.

O transporte rodoviário é responsável por cerca de 20% das emissões mundiais de gases do efeito estufa, por isso não é nenhuma novidade que finalmente tenhamos como prazo para carros sem poluentes até 2040. A necessidade de descarbonizar o transporte para que possam ser cumpridos os compromissos do combate às mudanças climáticas é urgente e prescinde do inicio imediato de medidas efetivas.

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Carros sem poluentes até 2040

Enfim começamos a vislumbrar o fim da fabricação de carros a combustão. Vários países já vem estabelecendo datas específicas para interromper o registro de veículos novos que funcionem com gasolina, diesel ou outros combustíveis fósseis. 

Mas, pela primeira vez, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs uma meta comum: que os países desenvolvidos parem de produzir veículos a combustão até 2035. Os países em desenvolvimento teriam margem até 2040.

Nesse cenário, a proposta é que os veículos não emitam qualquer tipo de gás poluente. Isso significa que carros híbridos, que unem o motor a combustão à propulsão elétrica, também serão banidos. Só veículos totalmente elétricos, com baterias ou movidos por célula de hidrogênio, poderão ser comercializados.

O plano também prevê que até 2030 os fabricantes terão que reduzir as emissões dos veículos leves em 55%. Para modelos pesados e comerciais, a determinação é reduzir a poluição em 50%. Nem os aviões ficaram de fora: o setor perderá isenções tributárias relativas a combustíveis, a menos que passe a utilizar similares renováveis.

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Marcas comprometidas na criação de carros sem poluentes até 2040

Onze montadoras assinaram o compromisso, cujas vendas representam cerca de um quarto do mercado global de veículos em 2019. Entre elas, estão Ford, General Motors, Jaguar e Mercedes-Benz. Três das maiores empresas do setor, no entanto, ficaram de fora: Toyota, Volkswagen e Nissan-Renault.

Essa movimentação do setor automotivo no sentido do desenvolvimento de modelos elétricos já ganhou o nome de “efeito Tesla”, isso porque a empresa foi a primeira montadora a vender carros elétricos em grande escala. 

Nessa onda, a Ford foi uma das primeiras a anunciar a mudança e, consequentemente, também é a que tem o projeto de curto prazo. Inclusive, a montadora já divulgou que seus planos de eletrificação chegarão a todos os modelos até 2026, pelo menos em território europeu.

Aproveitando o embalo a Volkswagen também acompanhou as demais fabricantes e anunciou em junho que, na Europa, venderá apenas automóveis elétricos até 2035. Enquanto que a montadora italiana Fiat confirmou que sua produção de veículos a combustão será apenas até 2030, dedicando-se apenas à produção de veículos elétricos.

Outras montadoras, principalmente de carros de luxo, também se posicionaram propondo mudanças significativas nos próximos anos. A Jaguar prometeu que até 2025 seu portfólio será 100% elétrico, já a Bentley deu como prazo 2026. Até 2030 a matriz da Volvo pretende comercializar apenas veículos 100% elétricos e os propulsores a combustão. A Mercedes-Benz, por sua vez, afirmou que até 2039 pretende ter 100% dos seus veículos comercializados, livres de emissão de carbono.

A francesa Renault não criará novos carros com motores de combustão e os modelos recentes serão modernizados para as novas normas de emissão de carbono. E as japonesas, Nissan e Honda prometeram que todos os lançamentos até 2030 terão versões elétricas, a primeira, enquanto que 2/3 dos veículos serão híbridos ou elétricos até 2030, com 100% dos carros sem motor de combustão até 2040, a segunda.

No Brasil e outros países em desenvolvimento a indústria de carros elétricos ainda é muito incipiente, mas ganhará propulsão com esse novo plano. Muitas empresas que possuem montadoras em território nacional estão sinalizando suas mudanças para a nova era dos motores sem uso de gasolina ou etanol.

O desenvolvimento de carros sem poluentes até 2040 no Brasil depende de condições políticas e infraestrutura local para acontecer. Aqui é fundamental que os governos incentivem opções de transporte limpo, até mesmo por meio de normas e impostos, e uma regulamentação mais rígida da infraestrutura e das vendas. Apesar disso, espera-se que até 2050, toda a produção mundial de veículos será elétrica.

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Carro elétrico, a alternativa viável

Para chegarmos ao cenário de carros sem poluentes até 2040, o mercado está apostando forte nos modelos elétricos. Mesmo emitindo dióxido de carbono durante sua produção, os veículos movidos a bateria elétrica são menos agressivos ao meio ambiente.

Isso porque o carro na versão elétrica é movido apenas pela eletricidade. Podendo ter um ou mais motores, os veículos dependem da energia armazenada nas baterias para funcionar. Portanto, os carros elétricos funcionam através da corrente elétrica, sem precisar da explosão de combustível para colocar o motor em funcionamento.

Eletrificar o transporte rodoviário não é apenas a melhor forma de descarbonizar o setor que mais contribui para as mudanças climáticas, mas também uma grande oportunidade industrial para avançarmos em uma recuperação econômica verde, justa e sustentável.

A migração para um transporte limpo passa pelo carro elétrico, mas para que seja viável será necessário acelerar a equiparação de preços entre os modelos poluentes e os de emissão zero. Ainda que para isso seja necessário um impulso aos veículos elétricos por meio de fundos públicos.

A transformação para uma mobilidade sustentável vai melhorar a economia, o meio ambiente, a saúde e a qualidade de vida. Ao que tudo indica, os carros com motor a combustão realmente devem ter menos de duas décadas de sobrevida antes da chegada do tsunami elétrico em todo planeta!