Quer dar uma olhadinha na água e no óleo? Quem nunca ouviu essa frase clássica durante um abastecimento? E realmente é importante estar sempre acompanhando o nível desses dois elementos. Mas, se você fica na dúvida quando o frentista oferece para colocar água no radiador, saiba que não é o único! Mas não se preocupe, essa não deve ser uma escolha de Sofia e para isso vamos ajudá-lo com esse texto, continue a leitura!

O que é o radiador e como funciona o sistema de arrefecimento

Instalado entre o motor e a grade dianteira do automóvel, o radiador faz parte do sistema de arrefecimento do carro. O sistema de arrefecimento ou refrigeração é constituído por um ciclo fechado que contém 7 componentes: a bomba d’água, o sensor de temperatura, a válvula termostática, o reservatório de água do radiador, o radiador, o aditivo e a ventoinha.

Esse sistema controla a temperatura do motor de um automóvel. Quando o sistema de arrefecimento trabalha na temperatura ideal o motor tem maior durabilidade, menor desgaste, maior economia de combustível, menos manutenção, emite menos poluentes e aumenta seu desempenho.

E você sabe porque esse sistema é fundamental para os veículos? Pois então, para andar o carro precisa de um motor, certo? E os motores de combustão interna, ou seja, motores que queimam combustível, seja ele gasolina, álcool, gás natural, gás de cozinha, óleo diesel, enfim, combustíveis que literalmente explodem dentro do motor, geram uma enorme quantidade de calor. Como boa parte da energia do combustível é convertida em calor quando é queimada, a função do sistema de arrefecimento é colocar este calor que está no motor para fora, no ambiente.

Com a evolução da indústria automotiva, descobriu-se que manter o motor a uma certa temperatura poderia melhorar sua eficiência. Então o sistema de arrefecimento foi aperfeiçoado de modo que sua função agora é aquecer o motor o mais rápido possível e manter a temperatura no nível ideal. Hoje, a maioria dos motores têm maior eficiência operando na faixa de 115ºC a 135ºC. Logo, se a água ferve a 100ºC, talvez não seja a melhor opção utilizar somente água…

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Mas, e onde entra o líquido de arrefecimento?

Em termos técnicos, o líquido de arrefecimento é responsável por proteger o sistema contra corrosões (bloco, cabeçote, bomba d’água e válvula termostática, por exemplo) e, além disso, aumentar o ponto de ebulição e diminuir o de congelamento da água dentro do sistema pressurizado. Para refrigerar o conjunto, o líquido troca calor com as superfícies em que entra em contato, onde aumenta a temperatura quando passa pelas galerias e mangueiras próximas ao motor, e perde calor quando passa pelo radiador.

Normalmente, o líquido de arrefecimento não é composto apenas de água e sim de uma mistura de água desmineralizada com aditivo, sendo a proporção de metade água e metade um aditivo chamado etilenoglicol. Esse composto é responsável por aumentar o ponto de fervura (ebulição) e diminuir o ponto de congelamento (fusão).

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Bom então posso colocar água no radiador?

Primeiro você deve ter em mente que a água que encontramos na torneira, tem diversos outros componentes como flúor e cloro, até mesmo a água mineral industrializada também não é pura e muitas marcas são até radioativas. Por isso, a água que deve ser usada nos carros é a “água deionizada” conhecida nas oficinas como “água de bateria”, pois a água de bateria possui características não corrosivas, ideal para o contato com as partes metálicas do motor.

Você até pode usar apenas água como líquido de arrefecimento, mas ao utilizar aditivos você garante que a água se mantenha no estado líquido (não evapore ou congele) e evita a oxidação do motor. E, ao completar o líquido de arrefecimento com água ‘pura’ você vai diminuindo a proporção do aditivo até que chegue a zero, deixando o sistema vulnerável.

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E como faço para começar a usar um fluído ou aditivo?

Existem várias opções de aditivos no mercado, para saber qual é a certa para o seu carro você deve consultar o Manual do proprietário, é lá que consta essa informação. Para fazer a reposição do líquido de arrefecimento, é imprescindível respeitar os métodos corretos: sempre com o motor a frio, nunca misturando aditivos diferentes e utilizando o aditivo indicado pelo fabricante.

Se está na hora de fazer a troca completa do líquido de arrefecimento, procure seu mecânico pois será necessária uma limpeza completa do sistema antes do procedimento. Você deve aproveitar a oportunidade para fazer uma manutenção preventiva do radiador e todo o sistema de arrefecimento.

Agora se você sempre usou apenas e deseja começar a incluir o aditivo será preciso fazer uma limpeza profunda, removendo toda a corrosão do motor e do radiador. Na maioria dos casos, é necessário trocar válvula termostática, mangueiras e até a bomba d’água, dependendo da extensão dos danos. Depois disso, com o sistema todo em ordem, podemos colocar a proporção correta de água desmineralizada com aditivo apropriado.

Aliás, é exatamente nesse momento em que você troca a água pura pela mistura com aditivo que aparecem os efeitos da falta do aditivo. Um dos componentes dos bons aditivos é o detergente, que recolhe a sujeira e a fuligem que naturalmente se formam com o tempo, mantendo-as em suspensão. Mas se você só utiliza água da torneira, a ferrugem acumulada nas peças do motor será removida pelo aditivo; e esta ferrugem acumulada poderia estar impedindo algum vazamento…

Em termos de manutenção, a recomendação de troca do líquido do radiador varia de acordo com o fabricante e, também, com a qualidade do produto. O prazo de validade pode variar entre 10 a 30 mil km, ou de um ano a cinco anos de duração! As condições de tráfego também afetam o desempenho.

Enfim, o recomendado pelos fabricantes é utilizar o aditivo, mas se você pode sim usar água desde que ela seja deionizada como falamos antes. Água da torneira só em situações extremas quando já está saindo fumaça pelo capô para chegar até o mecânico mais próximo! E lembre-se, a vida útil do seu carro depende da atenção que você dedica a ele…